Thursday, January 13, 2011

"Guerra Económica" e "Guerra de Informação", por Alain Juillet

Excerto da entrevista a Alain Juillet, figura de topo da Inteligência Económica, à newsletter TDSNews
 

“Guerra económica” e “guerra de informação”, duas expressões sempre presentes no discurso de Inteligência Económica. Pode explicar-nos cada um destes conceitos?

Estamos a falar de duas coisas muito diferentes. A guerra da informação traduz-se, por exemplo, nas campanhas de comunicação, não de informação mas de desinformação, feitas para desestabilizar um mercado, um concorrente ou um consumidor que compra um produto concorrente. Para mim, é o combate permanente entre os que informam e os que desinformam. A desinformação tem por objectivo neutralizar ou atingir o outro no plano das ideias. Do outro lado, a informação age de um modo mais objectivo. A partir do momento em que há alguém que informa e alguém que desinforma temos uma guerra de informação que só termina com a vitória de um. A palavra guerra pode parecer muito forte, mas a verdade é que estes confrontos têm, muitas vezes, consequências terríveis.
 
A palavra guerra [na “guerra de informação”] pode parecer muito forte, mas a verdade é que estes confrontos têm consequências terríveis. E, se o atacado é uma pessoa, pouco pode fazer para se defender e quando se souber a verdade... é tarde!


Quando se faz um ataque pessoal, através de rumores, estamos perante uma verdadeira guerra, porque a pessoa pode ser destruída. E, em geral, pouco pode fazer para se defender... E depois, quando se acaba por saber a verdade, já é tarde.

A guerra económica é, para mim, outra coisa. É a guerra total, é a utilização de todos os meios da Inteligência Económica, mas também da capacidade das empresas e também, a nível dos estados, do sistema legal, ou seja, tudo o que pode servir, no quadro da actividade económica, para destruir uma empresa ou uma actividade feita pelo outro. E acontece muito e cada vez mais entre estados.

Vemos, em todo o mundo, que esta é uma situação corrente. Actualmente, vemos certos actores financeiros, como os edge-funds (que têm uma técnica bem conhecida que consiste em desestabilizar as empresas onde querem entrar para provocar a queda das acções), fazer depois a recuperação e vender com lucro. Quando vamos mais longe nesta análise, temos, por exemplo, edge-funds e bancos que decidem atacar, através da Grécia, o Euro e, se o fizerem cair, tudo é afectado. E isto é guerra económica. É uma situação muito grave, porque todo o sistema económico europeu está em risco e, se este for afectado, ficamos vulneráveis em relação a todas as outras partes do mundo.

Ver entrevista completa aqui

CLARO explica o que é a "guerra económica" e como ela nos pode ser fatal

No CLARO: 


Os governos do planeta, na sua grande maioria, já não procuram a conquista de territórios ou estabelecer a sua dominação sobre novas populações, mas procuram sim construir um potencial tecnológico, industrial e uma task force comercial que tragam divisas e empregos para o seu território. É assim o novo mundo da hipercompetição global. Os perdedores desta guerra de novo tipo serão os Estados cujos políticos não tiveram percebido isto. Ora, em Portugal, os nossos políticos não só não o perceberam como, manifestamente, nem o descobriram, nem suspeitam. Esta é a nossa maior vulnerabilidade estratégica. A vulnerabilidade que nos será fatal se, rapidamente, não houver uma decisão política que crie os indispensáveis e inadiáveis dispositivos de Inteligência Económica e Estratégica e dissemine a sua cultura. Depois de ouvir responsáveis políticos, tanto do PSD como do PS, constato o seu desconhecimento sobre a matéria. Por favor, estudem a política de Clinton e, sobretudo, a mais recente e próxima, de Sarkozy, de que Alain Juillet, Alain Bauer, Christian Harbulot e o deputado Bernard Carayon são os construtores. A dívida não nos será fatal, mas o défice de inteligência é-o, de certeza... E aí poderemos, à vontade e com toda a razão, culpar e responsabilizar estes políticos que temos, pela sua ignorância. E incompetência fatal.
Alain Juillet, figura de topo da Inteligência Económica, esteve em Lisboa para uma conferência da Business Intelligence Unit (da AICEP), dirigida por Joana Neves, mas antes falou à TDSnews e explicou porque "quem não tem Inteligência Económica perde sempre".
 Bernard CARAYON & Christian HARBULOT (Directeur de l' E.G.E.)
Alain Bauer com Nicolas Sarkozy
Ver também "Sarkozy: prioridade à Inteligência", aqui  e ainda aqui

Sunday, January 9, 2011

École de Guerre Économique já estuda caso Renault

Na École de Guerre Économique, liderada por Christian Harbulot, o escândalo da Renault é já um estudo de caso. Na escola de referência em matéria de "guerra económica" sabe-se bem a distinção entre espionagem (método ilegal) e inteligência competitiva (legal e recomendável) e que não é preciso recorrer a métodos ilegais na procura de informação, dado que 80 a 90% das informações úteis à tomada de decisão são informações abertas, ao acesso de todos os que dominem as técnicas necessárias para as saberem procurar, sem terem de ser hackers.

A l'Ecole de guerre économique, l'affaire Renault est déjà un cas d'école

Samedi 08 Janv. 2011138 par Hervé ASQUIN

"Symboliquement, Renault a perdu une bataille puisque son image est affectée mais l'entreprise peut encore marquer des points si elle prend conscience que le succès, aujourd'hui, repose au moins autant sur la manière de mener la guerre économique que sur le business, l'innovation ou la force de vente", explique-t-il.
C'est à cela qu'il prépare ses étudiants, aux "techniques de veille qui permettent de tracer les acteurs d'un marché, de cartographier les réseaux ou de suivre les ruptures et les transferts de technologie" mais aussi aux "opérations d'influence" pour "exploiter les failles de l'adversaire" ou "imposer un modèle dominant".
Dans cet univers complexe, la presse, l'internet, les forums et les réseaux sociaux offrent un puits sans fond d'informations. "Il n'est pas nécessaire de recourir à des méthodes illégales puisque 80 à 90% des informations utiles sont des informations ouvertes, accessibles à tous", souligne un autre étudiant, Adrien Mondange.
"On peut aller loin avec certains outils et certaines méthodes qui nous sont enseignées dans les murs de cette école sans être des hackers", confirme Armand Dutheil de la Rochère, 39 ans, un officier de l'armée de terre appelé à se reconvertir dans le renseignement.
Dans les couloirs de l'EGE, un étudiant confie sous couvert de l'anonymat qu'il entend rejoindre les services. "Traditionnellement, les services français travaillent plus pour la gloire du drapeau que pour la gloire de l'économie, contrairement aux Anglo-saxons", regrette-t-il.

Guerra Económica chega à Renault

Esta guerra económica já devia há muito ser evidente para os decisores políticos e empresariais. Quer estados quer empresas têm de se dotar das capacidades para para defender aquele que é hoje o principal activo: a informação. E isso só se consegue com Inteligência Competitiva.
No DN:
Espionagem na Renault

Eric Besson admite "guerra económica"

O ministro francês da Indústria alertou hoje que o país enfrenta uma "guerra económica", depois da admissão por parte da Renault que o caso de espionagem industrial no grupo atingiu a divisão de veículos eléctricos, "activos estratégicos" do construtor.
"A expressão 'guerra económica', embora seja ultrajante por vezes, é apropriada desta vez", disse aos jornalistas o ministro Eric Besson, acrescentando que o escândalo na Renault "parece que tem a ver com o carro eléctrico, mas não quero adiantar mais".
A construtora francesa, que suspendeu três gestores de topo por terem passado segredos da empresa, também não adiantou muito sobre o caso de espionagem industrial, mas admitiu hoje que envolveu "activos estratégicos, intelectuais e tecnológicos".
A Renault e a parceira Nissan têm vindo a apostar na produção de veículos elétricos, com o objectivo de lançar para o mercado diversos modelos até 2014, em resposta ao aumento da procura por meios de transporte mais amigos do ambiente.
"Para a Renault, isto é um incidente muito sério que envolve pessoas numa posição estratégica particular na empresa", disse ainda o vice-presidente, um dia depois do grupo ter anunciado a suspensão dos três altos quadros, ao fim de um mês de inquérito.
O escândalo na Renault é o último de uma série de casos de espionagem industrial a abalar o sector automóvel francês, com o fabricante de pneus Michelin e o fabricante de peças Valeo a ser também alvo de actos de espionagem.
 
 
 
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