Friday, January 16, 2009

EUA querem "seduzir" Japão

Joseph Nye, o teórico do soft-power é apontado como futuro embaixador norte-americano no Japão. Esta nomeação, a concretizar-se, significa um claro empenho de Obama em "seduzir" os japoneses na senda da tradicional exportação da cultura, ideais políticos, em suma, da "american way of life", que tão bons resultados tem dado, ao longo da história recente, em termos de ganhos económicos para os EUA, na relação com os seus aliados. Eis que mais uma vez se revela a estratégia de Influência, componente essencial da Inteligencia Competitiva...

Joseph Nye ou le soft power exporté au Japon

joseph__nyeBarack Obama s'apprêterait à nommer Joseph Nye, le théoricien du soft power, ambassadeur des Etats-Unis à Tokyo. Selon le quotidien Asahi Shimbun, qui rapporte les propos d'une source diplomatique anonyme, le nouveau président souhaiterait ainsi montrer l'importance qu'il accorde à l'alliance entre Washington et Tokyo.
Professeur à la John F. Kennedy School of Government de Harvard, Joseph Nye consacre ses travaux universitaires au soft power qu'il définit comme la capacité d'un pays ou d'une organisation d'atteindre ses objectifs grâce à la séduction plutôt qu'en recourant à la force ou à l'argent. "Le soft power procède de l'attractivité de la culture d'un pays, de ses idéaux et de sa politique" écrivait-il dans son ouvrage de référence Soft poower, The means to success in world politics (2004).
La nomination de Joseph Nye au poste d'ambassadeur n'a pas été confirmée à Washington.

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Thursday, October 30, 2008

Afinal o que é o SAFE?

O Diário Económico de hoje escreve que o Governo "está a desenvolver contactos com a SAFE, a agência oficial chinesa que administra as reservas monetárias do país, as maiores do mundo, avaliadas em um bilião de euros".

Nada de especial não fosse a SAFE a "State Administration of Foreign Exchange" e não o Banco Central Chinês, que gere, a propósito, bem mais de um bilião de euros, felizmente para a China, ou mau estaria o estado de saúde económica da terra de Mao, onde habitam mais de 2 mil milhões de habitantes.

O facto de se tratar de um jornal "da especialidade", obriga a que quem lá escreve, até por atenção a quem lê, tenha um pouco, para não dizer muito, de cuidado e atenção ao que está a fazer, até porque hoje para muitas dúvidas basta saber encontrar no Google fontes credíveis, por exemplo.

Ora o SAFE, ao contrário do que é dito, não gere as reservas monetárias do país. O SAFE é um fundo soberano, ou seja, criado pelo estado, que gere parte, uma grande parte, dos mais de 1.4 biliões de euros de reservas da China em divisas externas, sobretudo dólares. Tudo bem que gere reservas, e não querendo ser demasiado exigente até admito que por aí houvesse engano, mas bastava ao jornalista olhar para o nome da coisa... para perceber que hám uma grande diferença entre um fundo detentor de reservas de moeda estrangeira e um banco central, esse sim a "autoridade monetária chinesa".

Mas vamos ao que importa realmente ao que importa em tempo de crise, ao dinheiro, ou falta dele, porque, à parte a imprecisão, a notícia é muito importante e interessante...

Estado português quer vender dívida pública aos chineses

O Governo tenta atrair o maior investidor do mundo para comprar a dívida pública nacional.

Bruno Faria Lopes

O Estado português está a desenvolver contactos com a SAFE, a agência oficial chinesa que administra as reservas monetárias do país, as maiores do mundo, avaliadas em um bilião de euros. O objectivo do Ministério das Finanças é simples: conseguir uma sessão de promoção com a autoridade monetária chinesa e atrair um investidor de peso para comprar títulos de dívida pública portuguesa.

“No contexto das actividades de promoção de dívida pública portuguesa, regularmente conduzidas pelo Instituto de Gestão do Crédito Público, está a procurar incluir-se a SAFE num próximo ‘road show’ a realizar na Ásia”, avançou fonte oficial do Ministério das Finanças ao Diário Económico.

Até agora, Portugal tem estado de fora do horizonte da autoridade monetária chinesa, uma vez que esta, “à semelhança de agências congéneres, só recentemente começou a alargar os seus critérios de investimento para ‘ratings’ inferiores [a triplo A]”, explica o Ministério. O ‘rating’ da dívida portuguesa – indicador que mede a capacidade de cumprimento das obrigações financeiras – é de AA- , de acordo com a avaliação da agência Standard&Poor’s.

Para Portugal – cuja dívida pública deverá crescer para 64% do PIB no próximo ano, cerca de 110,7 mil milhões de euros – “a entrada da China como investidor seria muito importante”, explica António Nogueira Leite, ex-secretário de Estado do Tesouro. “Abre a perspectiva de mais liquidez para o mesmo ‘rating’ de dívida pública e pode resultar em ‘spreads’ mais baixos”, acrescenta. Por outras palavras, financia a economia portuguesa e pode ajudar a reduzir os encargos com os juros.

Para atrair a China, o ‘rating’ inferior de Portugal pode acabar por ser uma vantagem no ‘roadshow’ (cuja data está ainda por definir). “Portugal vai tentar vender a ideia da diversificação do investimento – por um lado, é um país que está no euro e, por outro, o facto de o ‘rating’ não ser triplo A implica uma remuneração maior”, explica um ex-responsável pelo Tesouro, que preferiu o anonimato.


China ajuda Espanha contra a crise

No actual contexto de crise – que obriga a um esforço financeiro adicional dos Governos – são vários os países que disputam a liquidez chinesa para ajudar a financiar os seus pacotes de resgate. Na semana passada, o Governo espanhol anunciou que a China manifestou o seu interesse nas próximas emissões de dívida.

A China tem acumulado enormes excedentes comerciais – só em Setembro deste ano cresceu 22,6% em termos homólogos, para os 18,3 mil milhões de euros –, fruto do crescimento da economia baseado nas exportações. Com os fundos acumulados, o estado chinês transformou-se num dos grandes investidores mundiais, a par do Japão, dos países do Golfo Pérsico e da Rússia. As autoridades monetárias de Pequim já são o segundo maior detentor de títulos da dívida pública dos Estados Unidos, a seguir ao Japão, com 541 mil milhões de dólares aplicados.

Friday, October 3, 2008

Lex-Apeal - Le Monde Change.Que fait le Droit?



Saudamos o aparecimento de mais um blog de um autor português, neste caso uma autora, Alice Lacoye Mateus, ligado às questões da Inteligência Competitiva, com central preocupação com o Direito.

Em resposta antecipada e provocatória à questão também provocatória ao mundo do Direito, colocada pelo Lex-Apeal:

O Direito nada mais faz que apresentar recursos para dificultar a mudança, até que se chegue ao Supremo, seja este mais terreno ou mais etéreo.

Wednesday, September 3, 2008

EUA 1 - UE 0

"Veremos a evolução, nos dois lados, para ver quem melhor ganha à crise...", terminava assim o último posto do Inteligência Competitiva. Hoje a OCDE dá a vitória (ainda que provisória e no imediato) aos EUA. Não deixa de ser curioso, embora outros fenómenos que não as taxas de juro expliquem esta situação. que além da batalha da crise, os Estados Unidos estejam também a ganhar a batalha da inflação...

Na AFP

OCDE acredita que a Europa está mais perto da recessão que os EUA

PARIS (AFP) — A Europa está mais próxima de uma recessão do que os Estados Unidos, analisou Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE), que melhorou suas previsões de crescimento americano para este ano, mas reduziu as da zona euro e principalmente as da Grã-Bretanha.

No total, o G7 (Alemanha, Itália, França, Grã-Bretanha, EUA, Japão, Canadá) vaio continuar atravessando uma "fase de fragilidade da atividade até o fim de 2008", indicou a OCDE em seu relatório sobre as perspectivas econômicas divulgado nesta terça-feira.

"A tempestade sobre os mercados de capitais, a retração dos mercados imobiliários e o encarecimento das matérias-primas continuam pesando sobre o crescimento mundial", acrescentou a OCDE .

O desaquecimento é particularmente acentuado na zona euro, que vai "enfrentar dificuldades daqui ao fim de 2008".

A OCDE espera um avanço de apenas 1,3% do PIB este ano, contra 1,7% das previsões anteriores (maio).

A economia britânica deve entrar em recessão nos dois últimos trimestres do ano, derrubada pela queda dos preços imobiliários.

Ao contrário, o crescimento americano do segundo trimestre foi muito mais forte que previsto, a 3,3% em ritmo anual, levando a OCDE a amenizar seu cenário. Ela prevê ainda 1,8% de crescimento para este ano, contra 1,2% de antes.

"Este desempenho se deve em parte ao comércio exterior, em parte ao estímulo fiscal que surtiu efeito mais rápido que o previsto", explicou Jean-Luc Schneider, diretor adjunto do departamento econômico da OCDE.

Segundo ele, o enfraquecimento do dólar no primeiro semestre sustentou as exportações americanas, mas as da zona euro foram prejudicadas pela valorização da moeda única.

Jorgen Elmeskov, diretor econômico da OCDE, destacou no entanto em entrevista à imprensa que a atividade americana vai ficar estagnada no fim de 2008, com um possível aumento do desemprego.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) também foi pessimista sobre a primeira economia do mundo, prevendo recentemente um crescimento de 1,3% este ano. As duas instituições concordaram em contrapartida sobre a zona euro: o Fundo prevê avanço de 1,4%.

Para o Japão e o Canadá, a OCDE projectou, respectivamente, 1,2% e 0,8% de crescimento em 2008.

No G7, os bancos parecem ter registado em seus balanços o grosso das perdas ligadas aos empréstimos imobiliários de alto risco, que estão na origem da crise financeira mundial, mas as turbulências que persistem sobre os mercados financeiros parecem reflectir a fragilidade da economia real, continuou o relatório.

Além disso, as condições de concessão de crédito se tornaram mais difíceis no último ano, constatou Jean-Luc Schneider.

"No sector imobiliário, estamos começando talvez a ver a luz no fundo do túnel nos EUA, apesar de os preços dos alugueres continuarem caindo", comentou Jorgen Elmeskov.

Na Europa, o recuo dos preços do sector imobiliário e da actividade da construção atinge a Dinamarca, a Irlanda, a Espanha e o Reino Unido, e o volume de transacções continua declinando.

A queda dos preços das matérias-primas desde a segunda quinzena de Julho dá a entender uma "melhora da inflação".

A OCDE se mostrou "um pouco mais preocupada com as expectativas de inflação da zona euro", onde os preços seguem uma tendência persistente de alta, que dos EUA, onde a progressão foi menor.

Ela considera ainda as políticas monetárias actuais dos bancos centrais apropriadas, por enquanto.

Friday, August 8, 2008

Crescimento Económico VS Inflação

A nossa realidade ...


Banco Central Europeu mantém taxas em 4,25%

O crescimento económico da Zona Euro vai ser "substancialmente mais fraco" do que o previsto, reconheceu ontem Jean-Claude Trichet, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), fechando a porta, para já, a uma nova subida dos juros. Mas avisou que a inflação, "ainda a níveis inquietantes", continua a ser a prioridade.


O BCE, que ontem manteve as taxas directoras inalteradas em 4,25%, vai "continuar a monitorizar os desenvolvimentos" no que respeita à inflação e aos seus efeitos secundários, bem como no que respeita ao crescimento económico.

A 14 de Agosto deverá ser publicada a primeira estimativa do produto interno bruto (PIB) da Zona Euro para o segundo trimestre. E os números deverão ser substancialmente inferiores aos 0,7% dos primeiros três meses deste ano.

A realidade dos outros...

Fed mantém juros em 2%, apesar dos riscos da inflação nos EUA

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) manteve hoje a taxa base de juros em 2%, enquanto a inflação acelera e a actividade económica dos Estados Unidos continua fraca.

"Embora persistam os riscos de desaceleração do crescimento económico, os riscos de inflação também são causa de preocupação significativa", disse o Fed.

A "actividade económica expandiu no segundo trimestre", embora seja atribuído o aumento, em parte, ao crescimento da despesa dos consumidores e das exportações. O Produto Interno Bruto (PIB) americano, que no primeiro trimestre foi de 0,6%, alcançou, entre Abril e Junho, um ritmo anual de 1,9% .

Apesar da economia americana ter perdido, entre Janeiro e Julho, cerca de 483 mil postos de trabalho, e a taxa de desemprego ter subido para 5,7% , o banco central preferiu não elevar os juros, apesar dos perigos da inflação, para não prejudicar o crescimento económico.

Dois pesos e duas medidas

Dos dois lados do Atlântico os indicadores económicos têm pesos diferentes e as medidas adoptadas são antagónicas, com resultados que afectam menos as famílias, nos estados unidos, e algumas famílias, na Europa.

"Faremos certamente o que for necessário para garantir a estabilidade dos preços". Palavras de Claude Trichet, há boa maneira alemã. Já nos Estados Unidos, entende-se que é preferível que as famílias não sofram com uma subida dos empréstimos habitação, por norma o maior encargo individual mensal em percentagem do rendimento disponível, para assegurar a manutenção do consumo e o crescimento económicos, pese os problemas provocados pela alta da energia.

Como todos sabemos uma redução da taxa pode acelerar a inflação, enquanto um aumento encareceria os créditos e dificultaria o financiamento das empresas e das famílias, o que resfria o crescimento. Sabendo isto, há que optar.E em termos de competitividade, que é o que tratamos sobretudo neste blog, a opção dos EUA aparenta ser mais sensata, como comprovam os indicadores.

Embora tenha havido subida do desemprego e da inflação, o PIB está nos 1,9% - e a actividade económica dos Estados Unidos continua fraca -, aumentaram as exportações, com a juda da mania do euro forte, enquanto na Europa Trichet está aparentemente satisfeito com números abaixo dos 0,7% do PIB, desde que se restrinja a desgraçada da inflação, para que os europeus não paguem mais oito ou nove euros numa compra de 200 no supermercado e possam pagar mais 100 ou 200 euros na conta da casa, do escritório, da loja...

Esta não é uma questão ligeira, nem nos compete julgar se uma posição é melhor ou pior que outra do ponto de visto técnico, agora não deixam de ser visíveis os resultados de cada opção e sobre esses temos uma opinião clara. Pese o perigo inflacionista, a actual política económica europeia, como já alertaram muitos responsáveis políticos, vai continuar a provocar a perda de competitividade e as famílias, bem como as empresas, vão ter cada vez mais a dever ao final do mês (pois, ao contrário do que se pretendia com a subida das taxas de juro, continuam a recorrer e correr ao crédito, desta feita não para pagar viagens e outros "luxos necessários" - nas palavras de alguns irresponsáveis - mas para pagar outros créditos...

Veremos a evolução, nos dois lados, para ver quem melhor ganha à crise...
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