Depois de ter brindado a economia norte-americana com uma aposta no dólar fraco (mau para os norte-americanos que planeavam vir fazer turismo para a Europa, mas óptimo para aqueles que queriam vender-nos produtos e serviços), o Presidente norte-americano decidiu pôr ainda mais as "mãos na massa" e oferecer aos cidadãos e empresas a liquidez de que tanto se queixam uns, para fazer face às necessidades diárias, e outros para poderem investir em novos equipamentos e modernizarem-se.
Os menos optimistas consideram que a injecção de 150 mil milhões de dólares, por via da pura devolução de impostos, no caso dos particulares, e por via do aumento de deduções na aquisição de equipamentos, no caso das empresas, pode não resultar, mas a verdade é que, embora a medida ainda não tenha sido aprovada, já começou a dar frutos, complementada pela descida das taxas de juro de referência em 0,75 pontos percentuais para os 3,5%.O modelo adoptado tem, nos seus princípios, tudo para resultar, pois impõe, no caso das empresas, a modernização, logo, um aumento da competitividade. No caso dos particulares poderá, de facto, haver uma tendência para a poupança, mas também nesse caso de forma indirecta ganha a economia, pelo aumento da liquidez no mercado inter-bancário e consequente estabilização dos das taxas de juro em valores motivadores para o consumo das famílias.
Ou seja, quer as famílias consumam, quer poupem, a economia norte-americana ficará melhor do que estava, e até o estado sai a ganhar, pois, se disto resultar um crescimento económico, em pouco tempo haverá um retorno do investimento agora realizado.
Europa descansa, à sombra do euro forte
Por cá, e não falo de Portugal, falo do contexto europeu, o senhor governador do BCE parece mais preocupado em fazer viagens mais baratas e em comprar mais barris de petróleo do que em estimular o consumo e as exportações. São opções ( e nisto existem sempre vantagens e desvantagens) , mas penso que seremos nós, os consumidores, a pagar no futuro muito cara a obsessão europeia de ter a moeda de referência nos mercados internacionais. E ainda me têm de explicar, sem ser por motivos de vaidade, porque motivo o euro forte é bom para uma economia europeia que deveria estar mais empenhada em combater a pressão competitiva dos países emergentes e em contrariar a descida do superavit da balança comercial.
Mas, a soberba Europa parece ter já encontrado a solução para este problema - peça-se aos outros que valorizem as suas moedas. Está-se mesmo a ver que o próximo passo será apelar à generosidade de Bush para apoiar a transformação do Euro na moeda de referência dos mercados mundiais e ao mesmo tempo apreciar o dólar qb para estimular as importações norte-americanas de produtos europeus.
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