Monday, October 8, 2012

Informação: Papel central exige Gestão Estratégica




O papel central da informação no pensamento económico apela à gestão estratégica da informação por parte dos decisores e das organizações

As NTIC vieram facilitar o acesso à informação, em particular à informação necessária à tomada de decisão. Há um excesso de informação, com a dificuldade a passar da procura para a selecção e domínio de toda a informação que nos envolve.

Esta nova realidade informacional apela a uma gestão estratégica da informação por parte dos decisores e das organizações para que seja possível, em primeiro lugar, gerar um sentido de toda uma amálgama de dados dispersos, mas também apela a que essa gestão seja ofensiva, ou seja, que as empresas consigam não só obter a informação de que precisam, como também sejam capazes de organizar essa informação e agir sobre o espaço informacional.

Ver a este propósito:

Gestão Dinâmica do Ambiente Competitivo 

 .
Porque a informação, tornada matéria-prima fundamental da nova economia, é a fonte de poder, é preciso perceber, na dinâmica concorrencial, uma luta constante pelo controlo da informação e uma utilização também permanente da informação como arma.

Daí que se torne fundamental às organizações a capacidade de observarem o mundo à luz de uma nova grelha de leitura que permita, em particular, obter uma perspectiva menos angelical dos conflitos económicos, perceber o lugar central da economia, as dinâmicas de influência e busca do poder que isso gera e ainda – talvez se deva mesmo entendê-lo como moldura de todo este novo quadro – o facto de, a uma sociedade da informação, das certezas unificadoras, se poder contrapor uma sociedade do segredo, da informação manipulada, da desinformação, do engano, fonte geradora de muitas incertezas.

A Inteligência Competitiva impõe-se, assim, como grelha de interpretação deste novo mundo onde a sociedade se economizou. Um mundo onde os decisores empresarias se baseiam mais nos escritos de Sun Tzu do que nos de Adam Smith e onde os campos de batalha fizeram uma incursão nos domínios da economia. Um mundo global que assistiu ao casamento da geopolítica com a economia e viu, nas últimas décadas, entre outros indicadores, o aparecimento de grandes blocos económicos e, sobretudo, uma desmaterialização das fronteiras, com todas as consequências positivas e negativas que daí advieram.

Na guerra económica, como na guerra tradicional, quem for capaz de antecipar os movimentos do outro e perceber as condições favoráveis ou desfavoráveis da envolvente, sairá vencedor. Mas, este novo confronto faz-se actualmente a uma velocidade instantânea e joga-se num território global, encabeçado pelos países da “Terceira Vaga”, assim enunciados por Alvin Tofler.

Numa Era dita de globalização, o centro nevrálgico do confronto não está mais nos territórios, mas nos mercados. E esta nova Era exige um controlo do imaterial, da informação geradora de conhecimento, ou seja, apela a uma gestão estratégica e ofensiva da informação, para aperceber oportunidades ou ameaças e agir sobre o meio.

Os actores económicos devem, assim, ser capazes de usar a informação como arma estratégica para fazer face ao desafio que representa a complexidade de um ambiente global e da concorrência mundial. Ora, a Inteligência Competitiva demonstra que 95% da informação está disponível de um modo aberto e serve para dar resposta a este desafio, sem necessidade de se recorrer a métodos ilegais.

O perigo, sustentado por uma visão demasiado optimista da sociedade da informação, é os decisores pensarem que têm já as cartas todas, graças à livre circulação da principal “matéria-prima”. Ao invés de uma contemplação, exige-se uma perspectiva crítica capaz de responder aos desafios e ameaças ocultas na maré de informação.

Não pode um decisor cair na tentação de achar que controla o mundo e que tudo sabe. Na verdade, tal como nunca como hoje tanto se pôde saber, hoje, como nunca, sabemos cada vez menos. Para que possamos navegar com alguma segurança neste oceano de informações e contradições precisamos de uma estratégia clara, sustentada não por uma qualquer bola de cristal, mas por uma recolha, tratamento e difusão sistemática de informação.

Só com um claro entendimento do papel central da informação e da sua utilização inteligente, na construção social e económica – do seu impacto e dos verdadeiros desafios que traz a indivíduos e organizações –, é possível agir sobre o meio para gerar as condições favoráveis à prossecução dos objectivos estratégicos empresariais. É preciso entender este novo contexto ( e sobre ele escreverei nos próximos posts).

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