Tuesday, November 20, 2012

A Falta de Crédito

É insustentável manter a "balança comercial da confiança" altamente deficitária. Importá-la mais do que o que se exporta não é solução.

Este governo esgota aquilo que não pode, em momento algum, faltar: Crédito.

Um crédito que ninguém pode ser acusado de ter em excesso e que tem por base uma vontade imensa de viver sempre acima do que nos dizem ser possível, mesmo face a limites impostos ou impostos limite. Crédito no futuro, uma confiança inabalável de que o que fazemos hoje conta amanhã como algo mais, ou seja, traz valor acrescentado. Um pilar fundamental para que nos mantenhamos competitivos nos diferentes papeis que desempenhamos na sociedade.

Ás nossas “elites” políticas, como outras que em dado momento o país teve em desventura, muito tem faltado aquilo que o Padre António Vieira dizia ser necessário ter: "a inteligência das coisas". E com essa falta contribuíram decisivamente para colocar na cotação "lixo" crédito acumulado ao longo de séculos.

Muito destacam o que devemos a muitos, mas pouco referem o crédito que é devido por todos quantos neste País fizeram e têm feito por merecê-lo.

Preocupados com a confiança dos credores externos, menosprezam a imperativa necessidade de manterem o crédito dos portugueses, não no governo (sempre volátil e pouco relevante), mas no País. Se se preocupassem menos em ser governo do que em governar perceberiam que essa coisa da confiança no executivo é sempre efémera e que, mesmo sem o mesmo crédito que lhe foi depositado nas eleições, um governo pode manter intacta a confiança de cada um no País e na capacidade de, com qualquer governo, prosperar.     

Hoje, não é preciso ler quaisquer sinais fracos para deles tirar ilações, pois são por demais evidentes. O plafond está esgotado... “Crédito Indisponível”. 


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