Thursday, November 8, 2012

Intelligence no código genético















A influência da intelligence, enquanto princípio e modelo, no desenvolvimento de uma gestão estratégica das informações nas organizações é por demais evidente – em particular pela aplicação do “ciclo de intelligence” como metodologia e elemento central da primeira componente da Inteligência Competitiva (precisamente, a Intelligence) – e fundamental para que se possa entender o que é a Inteligência Competitiva.

Apesar de haver a recusa, por parte de alguns autores, de assumir uma relação da IC com as práticas militares de intelligence (muitas vez confundidas com o campo mais restrito da espionagem e das práticas ilegais de recolha de informação), a verdade é que quando se localizam as fontes em que esses autores se basearam para sustentar uma origem não militar da Inteligência Competitiva encontramos a contradição da sua abordagem.


O conceito de intelligence

A palavra inteligência possui múltiplos significados. Tem origem no latim - intelligentia – e significa a faculdade que tem o espírito de pensar, conceber, compreender, o discernimento. É ainda sinónimo de juízo, raciocínio, mas também significa a capacidade de resolução de novos problemas e de adaptação a novas situações.

Entre os restantes significados desta palavra encontramos ainda conluio ou entendimentos secretos, sem que, no entanto se recorra, por norma, em Portugal, à designação inteligência para referir essa relação secreta entre pessoas. A aplicação comum reduz-se à ideia de juízo, capacidade de raciocínio.

Ora, nas significações várias atribuídas a esta palavra na língua portuguesa não encontramos aquela a que se referem a Central Intelligence Agency (CIA) norte-americana ou as forças militares quando falam de intelligence.

De acordo com a Enciclopédia de Espionagem, Inteligência e Segurança: “Intelligence designa a informação relativa a uma entidade estrangeira, normalmente (embora nem sempre) um adversário, bem como as agências preocupadas com a recolha dessa informação. Está intimamente ligada ao Ciclo de Intelligence, um
processo pelo qual a informação bruta é recolhida, convertida em intelligence e disseminada aos consumidores apropriados”.

Nos serviços militares e das agências, o termo intelligence designa, portanto, um conhecimento obtido a partir de um conjunto de informações em estado bruto, cujo tratamento permite um grau de fiabilidade com o objectivo da sua utilização pelo comando.

Esta designação refere-se a informação tratada, bem como à actividade e à função que consiste em organizar a recolha de informações e depois a proceder ao seu tratamento e difusão. Não existe, no entanto, qualquer distinção entre a origem aberta ou secreta da informação. A distinção que pode ser feita é entre os métodos e meios que são usados na captação dessa informação, com a recolha de informações secretas a estar destinada aos serviços especiais e a de informações abertas aos serviços de intelligence, a que, em Portugal, denominamos serviços de informações.

Para evitar a confusão entre a acepção anglo-saxónica de intelligence e a, corrente em Portugal, que toma como entendimento do conceito de “inteligência” a capacidade de raciocínio; opto, quando falo das práticas militares ou da adopção da intelligence, como matriz metodológica e primeira função da Inteligência
Competitiva, por usar a denominação inglesa.

Logicamente, uma significação não exclui a outra, mas se assim não o fizesse a frase com que termino este post perderia em clareza:


Não é possível produzir inteligência, a partir de informações brutas, sem inteligência, do mesmo modo que o exercício de inteligência não é mais que a execução mental de um processo de transformação de dados desagregados em inteligência, informação útil a cada decisão tomada e acção executada.


Traduzindo:

Não é possível produzir intelligence, a partir de informações brutas, sem inteligência, do mesmo modo que o exercício de inteligência não é mais que a execução mental de um processo de transformação de dados desagregados em intelligence, informação útil a cada decisão tomada e acção executada.


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