O primeiro "post" é importante, apenas porque assinala o início deste blog, de um trabalho que pretendo continuado e capaz de fazer despertar pelo menos o interesse - se não a acção - sobre as matérias de Inteligência Competitiva ou Económica e Guerra da Informação.
O mote: é precisa inteligência (tanto na acepção de informação accionável, como capacidade de raciocínio) e esta deve ser hoje usada, numa perspectiva estratégica, ao serviço da economia e da competitividade das empresas e dos países.
Comecemos então pelo princípio e com uma vénia ao blog português pioneiro nestas matérias: o CLARO, claro.
O QUE É A INTELIGÊNCIA COMPETITIVA OU ECONÓMICA?
Nesta economia global, onde a informação é a principal matéria-prima, a rapidez de aquisição e a capacidade de tratamento da informação assegura per si uma vantagem competitiva.
Como refere o relatório Martre, documento fundador da Inteligência Económica em França, a Inteligência Económica é o conjunto de acções de recolha, análise e de difusão de informação útil aos actores económicos. No entanto, estas acções não são suficientes num contexto actual de "guerra de informação". A Inteligência Económica permite que as empresas ajam sobre e modelem a sua envolvente, por via de acções de influência e de lobbying. Permite também proteger as empresas dos riscos e ameaças, sobretudo informacionais.
Mas, como refere Bulinge, permite também a obtenção de autonomia informacional, tão ou mais fundamental hoje quanto a autonomia energética, numa perspectiva que destaca a informação e produção de conhecimento como motores da economia.
Ética e deontológica, a IE compreende apenas acções legais, embora tenha de ter presente, na componente de protecção, todas as acções ilegais de acesso e recolha de informação.
A alteração do quadro geopolítico, em particular o fim do confronto frio entre os dois grandes blocos, colocou no primeiro plano de domínio geoestratégico a competição económica, hoje cada vez mais “guerra económica”. A globalização dos mercados, a aceleração sem precedentes das alterações tecnológicas agitaram e continuam a agitar a envolvente económica, cada vez mais politizada (ironia da liberalização dos mercados). Neste jogo, a super-potência norte-americana leva já um avanço considerável.
O novo quadro, dinâmico e interactivo, veio tornar mais complexos os mercados e as condições de concorrência. As empresas precisam hoje de adaptar-se às novas regras do jogo, proteger-se das novas ameaças (sobretudo informacionais) e procurar antecipar ou, mais importante, construir as condições que potenciem as oportunidades.
A informação é hoje a principal matéria-prima da estratégia. Depois de um processo de recolha, validação, tratamento, e difusão orientada para os decisores a informação torna-se "intelligence" de alto valor acrescentado que permite uma tomada de decisão e de opções mais adaptadas aos desafios do meio.
Em suma a IE impõe uma nova grelha de leitura do contexto, não só para o perceber e antecipar nos "sinais fracos" as ameaças e oportunidades, mas para o podermos transformar e melhor moldar à nossa semelhança, à semelhança da estratégia de cada país (neste caso, dos outros, porque a do nosso parece inexistente ou então está escondida) ou de cada empresa.