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Wednesday, April 10, 2013

A “confiança dos investidores” nada tem que ver com austeridade, diz Krugman

Fonte: Inteligência Económica

É um argumento repetido pelos defensores da austeridade até à exaustão, porque é o único sinal de melhoria que podem usar para a defender, mas, como bem explica Krugman, não há ligação directa entre a actual diminuição dos spreads da taxas de juro de dívida pública (que reflecte a diferença entre as taxas obtidas pelos países da zona euro em comparação com as da Alemenha) e a aplicação de medidas de austeridade. 

A Comissão Europeia veio elogiar a determinação do governo português em impôr austeridade sem se importar com o que o Tribunal Constitucional diz, porque a austeridade está a produzir “crescente confiança dos investidores em Portugal”.

Um argumento que Paul Krugman contesta explicando que por “confiança dos investidores” a Comissão só pode estar a referir-se ao estreitamento dos spreads de taxa de juro, um estreitamento que, diz Krugman, “não tem nada a ver com a austeridade. Como Paul De Grauwe aponta, o facto da taxa de juro conseguida por um país face à taxa da Alemanha [o spread representa esta diferença] ter diminuido é totalmente explicada pela enorme disparidade existente no auge da crise – não há qualquer indicação de que as políticas tenham tido qualquer impacto”.

Ou seja, passado o pico da crise financeira global, é normal que o spread baixe, uma tendência que não pode ser associada directamente à aplicação de quaisquer políticas. O governo e a sua acção importa bem mais aos portugueses e pouco é relevante no que a esta “confiança dos investidores” diz respeito.

Ler:

The ECB, OMT, and Moral Hazard

Wednesday, November 21, 2012

Do "boom" chinês ao "boomerang" do re-shoring



O site Inteligência Económica dedica hoje um artigo ao fenómeno do "re-shoring", com "muita da produção de bens deslocalizada para a China a voltar aos Estados Unidos e a indústria americana a retomar o seu desenvolvimento" (Ler: Como os EUA se reindustrializam).

"É nossa análise aqui no IE que o fenómeno está apenas no seu início. E vai, nos próximos anos, ganhar uma dimensão e uma força que ainda há pouco tempo nenhum ‘sinólogo’ admitiria. Outros factores, além dos dois apontados acima [a China tornou-se cara (e custos e tempos de transporte, em tempo de crise, agravam isso) e a acentuada baixa dos custos de energia nos EUA] vão afirmar-se nos próximos tempos e garantir à economia americana um novo tempo de avanço. Se a ainda há pouco impensável baixa dos custos de energia nos EUA é fruto da introdução de tecnologias inéditas e inovadoras na indústria do petróleo, outras inovações tecnológicas emergentes e disruptivas estão à beira de mudar radicalmente o jogo económico e o seu modelo…"

Alguns questionavam se este "re-shoring", ou mesmo o "near-shoring" (deslocalização de produções norte-americanas na Ásia para países mais próximos dos EUA, como o México, por exemplo), será mesmo uma tendência ou um mero buzz sem correspondência com a realidade (Is the Re-shoring of Manufacturing a Trend or a Trickle?), mas os sinais são claros, e há cada vez mais as empresas dos EUA a confirmar a tendência, e os motivos variados, revelam a consistência e vantagens competitivas desta mudança. 


Entre as principais razões citadas para re-shoring pelas empresas estão:

-  O desejo de colocar os produtos no mercado mais rapidamente e responder rapidamente a pedidos de clientes

- Poupança com custos de transporte e armazenagem

- Melhoria da qualidade

- Protecção da propriedade intelectual.

- Pressão para aumentar empregos nos EUA

As empresas preferem hoje produzir em menores quantidades, para ganharem em flexibilidade e melhor responderem a um mercado mais focado na qualidade (disposto apagar um extra pela personalização de produtos e serviços) e em que o ciclo de vida de um produto é menor.

A digitalização de fabricação amadureceu (com o Computer Aided Design, por exemplo) e permite   produzir mais perto dos seus clientes, economizar em logística e tirar vantagem das economias locais, com produtos ajustados às preferências do mercado local.

E outro factor que contribui para esta tendência é o enfraquecimento do dólar, que torna os produtos "made in USA" mais competitivos no mercado global.

China diz que é moda passageira


Como seria de esperar, para a China importa contextualizar a tendência como uma moda passageira e sem grandes consequências. Diz o China Daily: "Reshoring to have limited effect", citando um economista que acha que esta é um fenómeno efémero, e com declarações de responsáveis do Ministério da Economia a insistir que o país continua a ser um mercado atractivo para investidores externos... 

Cada um faz o que lhe compete. Mas tudo aponta, a manter-se a tendência e sem que a China ofereça outra resposta que não a propaganda, para que o "boom" chinês se venha a tornar um "boomerang", com um regresso a casa de quem lá estava a investir.





Monday, October 1, 2012

Sobre Liderança, a arte de muito dizer sem muito falar

A liderança é muitas vezes confundida com a sua afirmação. Quem lidera, de facto, raras vezes tem de dizer que o faz e, aliás, pouco precisa falar para dizer muito a quem é liderado (aqueles que sentem que o devem fazer e não porque lhe dizem para o fazer).

Dizer muito sem falar muito, é uma arte. E saber ouvir também. Quando vêmos "lideres" que procuram alicerçar liderança numa recordação permanente de que têm o controlo, isso traduz a insegurança de quem não sabe liderar e que pouco mais controla que a destemperada vontade de afirmar que o faz.

E um verdadeiro líder não é inseguro ou, ainda que tenha inseguranças, sabe com elas lidar e não as expor. Decide, acertadamente ou erradamente, mas decide... Chama a si a responsabilidade de o fazer ainda que, marca de um bom líder, veja noutros a capacidade de o aconselharem e para assim tomar as melhores decisões, no melhor momento.

Como se dizia há dias no site Inteligência Económica, "Há uma grande diferença entre ocupar o poder e exercer a  liderança".


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